Muitos golfistas não estão bem informados quanto às características e especificidades da modalidade. Como muitos deles são amadores e apenas praticam golfe ao fim-de-semana ou nos feriados, não têm conhecimento nem sobre os cuidados a ter nem sobre a alimentação adequada à prática da modalidade.
Se para si o golfe for apenas uma “actividade de fim-de-semana”, a parte da nutrição se calhar não afectará muito o seu jogo. Pelo contrário, se está em competição e as vitórias realmente são importantes para si, a componente da nutrição é indispensável ao seu conhecimento. Muitos golfistas desconhecem que a hidratação é super importante para a saúde do atleta.
Um jogo de golfe pode durar até 5 horas, daí a necessidade de beber água regularmente. No entanto, a partir das 3 horas de competição, o consumo apenas de água passa a não ser suficiente para uma hidratação eficaz. Há atletas que consomem álcool e cafeína durante os torneios, mas isso também não é aconselhado uma vez que estes produtos são potentes diuréticos (estimulam a excreção urinária), acabando por contribuir para a desidratação.
As necessidades nutricionais de praticantes de golfe
Em Junho de 2008, um investigador da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Vigo, em Espanha, e um investigador da Universidade Lusófona do Porto, em Portugal, publicaram um trabalho que avaliava os hábitos alimentares dos jogadores seniores de golfe [*1].
Os investigadores caracterizaram os hábitos alimentares de 160 jogadores, de idade média de 58 anos, em 45 campos de golfe. Os jogadores foram avaliados momentos antes da competição e foram determinadas variáveis como o peso, a estatura e a envergadura. Foram também aplicados cardiofrequênciometros durante a volta.
Algumas das coisas que concluíram:
- Os glícidos são um nutriente primordial para os jogadores, devendo estar presente em quantidades significativas na sua dieta alimentar (5-12g/kg/d).
- A nível proteico, os jogadores não necessitam de aumentar o seu consumo nos dias de competição, uma vez que os seus hábitos alimentares já superam as recomendações (1,2 a 1,4/7 g/kg/d).
- Relativamente aos lípidos, devem apresentar uma contribuição de cerca 20 a 25% da energia ingerida. - A alimentação no dia da competição deve apresentar especificidades nutricionais, nomeadamente a nível de glícidos e fluidos visando beneficiar o desempenho e a recuperação dos jogadores.
- A ingestão nutricional durante o exercício físico promove a melhoria da performance uma vez que reduz o stress dos sistemas cardiovascular, muscular e nervoso.
- A superfície corporal e a actividade física de um indivíduo determinam as suas necessidades calóricas reais. A massa magra corporal, a taxa metabólica em repouso e a actividade física diminuem com o aumento da idade, pelo que os jogadores seniores deverão reduzir a ingestão calórica, para compensar estas alterações, tendo em atenção que as necessidades dos nutrientes essenciais não diminuem com a idade.
Os investigadores também notaram que a maioria dos jogadores analisados ingeria as quantidades necessárias de vitaminas e minerais, para assegurar as exigências energéticas, através de uma alimentação equilibrada, não precisando de recorrer muito à suplementação. Talvez isto se deva ao facto de os atletas analisados terem todos mais de 50 anos, não estando, à partida, tão expostos ao stress e à azáfama do quotidiano, o que permite controlarem melhor a sua alimentação.
Recordando:
- Hidratos de Carbono (glícidos)
- Proteína
- Lípidos
- Minerais
- Vitaminas
- Água
REFERÊNCIAS OU NOTAS: [*1] – Ferreira de Brito, A.P., & Pereira, R.G., Golfe: os hábitos alimentares dos jogadores seniores, Motricidade Vol.4 – Nº2, Junho 2008
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